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Informação Básica sobre TG/TS/IS

por Lynn Conway

http://www.lynnconway.com/

Copyright @ 2000-2005, Lynn Conway.

Todos os direitos reservados.

 

Traduzido por

Sonia John

 

Seção IIa:

Transexualismo (Continuação)

 

 

Seção I: Informação Básica sobre Gênero e Transgênero (pt)

Seção II: Transexualismo (MtF) (pt)

Seção IIa: (TS continuação)

Seção III: A Vida como uma Mulher depois de uma Transição TS (ainda só em inglês) 

 

 


 

 

Seção IIa - Conteúdo:

 

 

 Transicionar cedo na vida

 O grande obstáculo à transição: O desafio de enfrentar o medo e vencê-lo

 O medo muitas vezes é agravado pelo ativismo GLBT que retrata todas as TG e TS como "vítimas"

 AVISO: Assegura de se dar conta dos riscos reais da transição e os fatores que afetam o sucesso

 Avaliar os riscos, tomar decisões e ações durante a transição

 Como podem ajudar a família, os amigos, os professores e os companheiros de trabalho durante uma transição?

 Com melhor entendimento, como se pode tratar o transexualismo algum dia?

 Histórias de sucesso TS: Sites Web de mulheres pós-operadas de sucesso

 

 

 


 

 

Transicionar cedo na vida:

 

Na seção anterior falamos dos problemas que enfrentam elas que transicionam tarde na vida. Felizmente há cada vez mais oportunidade de transicionar cedo na vida. As dificuldades claramente visíveis das transicionistas tardias deveriam dar um sinal de alerta para garotas novas transexuais, que deveriam procurar ajuda e se informar sobre todas as opções disponíveis para resolver a condição à idade mais ceda possível (veja a página Web de Andrea James, Transicionar Cedo na Vida).

 

Pode-se ver os maravilhosos efeitos de uma transição efetuada antes de 30 anos de idade, ou antes de cumprir inclusive os 20, em muitas páginas que documentam transições cedas. Quando colocamos essas fotos aqui pela primeira vez, "Katie" era uma mulher jovem TS de uns 25 anos que tinha se submetido à cirurgia de feminilização facial (CFF) (PT) fazia pouco tempo, tinha transicionado "no emprego" e estava no meio da experiência da vida real (EVR). Desde então completou a transição e tem muito sucesso na vida e na carreira, e a história e o site Web dela dão muito ânimo a outras garotas transexuais. Aqui está uma visão global da transição de gênero de Katie:

 

 

 

 

 

 

 

Um número cada vez mais elevado de jovens transexuais já podem contar com o apoio das famílias. Muitas transicionam enquanto assistem a uma universidade, e inclusive algumas têm a oportunidade de transicionar enquanto assistem às escolas pré-universitárias se os pais o aprovam.

 

Uma transição tão ceda dá vantagens incríveis a uma garota TS, porque pode evitar o grande dano que a testosterona faz à estrutura do corpo e aos traços faciais durante a adolescência. As Normas de cuidado HBIGDA, Versão seis, recentemente atualizadas, agora permitem cedas intervenções médicas desse tipo em casos de intenso transexualismo de homem para mulher.

 

Ao começar o uso de anti-androgênios e estrogênios a partir dos 15 anos, se pode modificar a puberdade da garota TS para uma transição a ser mulher. Então se pode praticar a cirurgia de redesignação de sexo (SRS) aos 18 anos, mais ou menos. Uma garota TS assim pode começar a sair com rapazes em uma idade normal, e compartilhar as experiências de que desfrutam as demais colegiais. Para ver um exemplo comovedor veja: Mamãe, Preciso Ser Uma Garota (PT)  por "Just” Evelyn. Veja também o artigo de salon.com "Transexuais Adolescentes: Quando têm os meninos o direito a decidir o gênero?"

 

Os Países Baixos - Na vanguarda do tratamento de adolescentes com disfória de gênero e transições cedas:

 

Os Países Baixos estão na vanguarda na hora de fornecer diagnóstico e tratamento cedos em casos de disfória de gênero intensa em meninos e adolescentes. A Professora Dra. Peggy Cohen-Kettenis (is klinisch psychologe en psychotherapeute bij het Medisch Centrum van de Vrije Universiteit van Amsterdam) é uma grande defensora do tratamento humano de meninos e adolescentes que sofrem de disfória de gênero intensa. Desenvolveu os novos protocolos para tratar adolescentes com disfória de gênero ao longo de vários anos em um programa extensivo de pesquisa. Para mais informação sobre Dra. Cohen-Kettenis, veja estes links: Nieuwsbrief, abril de 2000, Biografia. Em casos como o de Nicole nos Países Baixos, se pode começar tratamento reversível com hormônios o suficientemente cedo para adiar a puberdade e logo se pode começar a administração de hormônios do sexo oposto aos 16 aos. Se todos os indicadores são positivos, então pode-se submeter à cirurgia de redesignação de sexo aos 18 anos.

 

O link seguinte de um artigo holandês sobre uma transicionista adolescente que se chama Nicole mostra como poderia ser a vida para garotas transexuais em outros países se as sociedades fossem mais compassivas e compreensivas. Nicole segue a trajetória de tratamento estabelecida pela Dr. Cohen-Kettenis:

 

 

Nicole, 13 anos, (a história dela em holandês)

Uma bonita garota transexual holandesa que está transicionando agora

com todo o apoio da família e do sistema médico.

 

 

Ao redor dos 18 años terá corrigido totalmente o gênero, e poderá viver uma vida plena e normal como uma mulher. Enquanto isso, passará os anos adolescentes como uma garota e poderá se assimilar socialmente durante esses anos como qualquer garota normal. Todas as despesas da assistência socio-psicológica e dos cuidados médicos nesses casos são cobertas pelo sistema nacional de saúde pública holandesa. Já espalham as notícias no ocidente dos resultados positivos de tratamentos levados a cabo sob o protocolo da Dra. Cohen-Kettenis. Espera-se que mais conselheiros prestarão atenção a esses resultados e começarão a explorar a possibilidade de utilizar os protocolos holandeses em mais países.

 

Veja os links seguintes para saber mais sobre a história de Nicole e histórias em inglês de outras transicionistas adolescentes holandeses. Se extraiu muita dessa informação do site Web holandês de informação sobre disfória de gênero, Landelijke Kontaktgroep T&T (LKG T&T). Barbara Blake traduziu essas histórias para o inglês; ela mesma é mãe de uma filha adolescente transexual:  

 

 

 

 NEILS SE CONVERTEU EM NICOLE (PT):

"Agora posso ser quem realmente sou"

 

O discurso que Nicole fez à aula escolar (PT)

 

O corpo errado; Tenho esse 'apito'

 

Fotos de adolescentes holandeses transexuais

no artigo da revista 'Volkskrant' "O corpo errado"

por Ellen de Visser, 13 de Setembro de 2003

 

Jasmijn, 9 anos 

Manon, 10 anos

Kristel, 11 anos 

Willem, 12 anos

Valentin, 13 anos 

Jamie, 14 anos

 

 

Estabelece-se Novo Precedente na Alemanha:

Uma decisão jurídica na Alemanha concedeu a uma adolescente transexual a permissão de receber tratamento hormonal para iniciar uma transição física de menino a menina. Criou-se a adolescente, Johanna, como uma menina desde uma idade ceda, com o apoio completo da mãe dela, Anke. Anke e Johanna acabam de convencer uma comissão alemã de ética de permitir a transição ceda de Johanna, e lutando contra o tempo já conseguiram intervir para impedir os efeitos masculinizantes da testosterona. Se publicou em inglês uma história maravilhosa da vida de Johanna, "My Daughter’s Brave Choice", na revista británica Woman's Own do 14 de junho de 2004.

 

           

Johannes ao ter 3 anos          Johanna ao ter 14 anos

 

La valiente decisión de mi hija (Español)

"My Daughter’s Brave Choice" (English)

Le courageux Choix de ma fille (Français)

Die mutige Entscheidung meiner Tochter (Deutsch)

La scelta coraggiosa di mia figlia (Italiano)

 

 

A situação em outros países:

 

Enquanto isso, na maioria dos demais "países avançados" a situação no que se refere ao diagnóstico e tratamento cedo é uma mistura. Pode-se acessar os mesmos serviços aqueles pais que se informam deles e que têm a perspicácia e a coragem de ajudar o filho desse modo. Mas a maioria das famílias não sabem que existem essas opções, ou se o sabem, não se dão conta da seriedade de obrigar os adolescentes a crescer no gênero errado e ter que corrigi-lo com muito mais dificuldade mais tarde--quando são adultos.

 

Assim é que muitas garotas adolescentes TS enfrentam a decisão muito difícil de "contá-lo aos pais" ou não. Os pais lhes darão ajuda para uma transição? Ou, as jogam à rua sem mais? É provável que não haja modo de adivinhar a resposta a essa pergunta de vida ou morte. É ainda muito comum que uma família rejeite totalmente e evite um filho transexual que saia do armário ante eles e procure ajuda. Com ainda mais freqüência do que nos casos de filhos homossexuais, os meninos TG/TS são muitas vezes "jogados à rua" pelos pais; expulsados da casa, estão destinados a tentar uma transição ceda sem apoio, sozinhos, e geralmente acabam vivendo marginalizados, prostitutas nas ruas dos bairros baixos (como temos comentado antes).

 

Inclusive nos casos em que os pais querem ajudar um filho diagnosticado com disfória de identidade de gênero (que é uma terminologia que se aplica às vezes ao transgenerismo e ao transexualismo), o estado pode intervir e IMPEDIR a redesignação ao gênero apropriado. Por exemplo, em um caso recente em Ohio, Estados Unidos, o estado confinou, em uma instituição de proteção de menores, uma garota TG/TS de seis anos de idade, cujos pais a permitiram assistir à escola vestida de roupa feminina. O menino tinha sido diagnosticado com disfória de identidade de gênero, e ele tinha auto-identificada como menina desde a idade de dois anos. Os assistentes sociais sustentaram que o podiam “curar” desse comportamento e que os pais deveriam desistir de “animá-lo.”

 

Em outros casos, se pode expulsionar um menino da escola por "se travestir." Estudantes TG/TS podem ter que enfrentar a grave hostilidade de professores e administradores que carecem do entendimento mínimo das variações de identidade de gênero, e do fato de que nosso gênero é o componente fundamental do que somos como pessoas. Felizmente um caso jurídico em Brockton, MA, E.U.A. recentemente estabeleceu um precedente importante: uma escola em Brockton justificou a decisão de expulsar um estudante TG/TS ao raciocinar que ele punha incômodos os demais estudantes. O tribunal superior recusou essa argumentação, e sustentou que prohibir que "Pat" se vestisse de garota igualava a negar o direito de ser si mesmo só porque "incomodava alguns membros da comunidade".

 

Pais bem-intencionados muitas vezes levam um filho "que quer mudar de gênero" a um psquiatra tradicional. O problema é que a disfória de identidade de gênero ainda é considerada uma doença mental por muitos psiquiatras (conforme à teoria já desacreditada de John Money). Psiquiatras assim muitas vezes crêem que podem "curar” os meninos da disfória, e as curas às vezes incluem terapia de aversão e um reforçamento estrito dos estereotipos de gênero. Os meninos TG/TS sofrem terrivelmente sob estes tratamentos, que só adiam as transições – às vezes até a idade meia tardia - o que lhes custa os melhores anos da vida fora do gênero inato. Esses tratamentos cruéis e não científicos praticados nos meninos TG/TS inocentes são o equivalente moral e médico da cirurgia genital indesejada praticada nos meninos intersexuais. Tratamentos desse tipo fracassam inevitavelmente, e se espera que com o tempo serão completamente desacreditados.

  

Mas há boas notícias também. Tendências recentes, que incluem acesso muito mais fácil aos hormônios femininos (encomendados através da internet), e a criação de excelentes clínicas cirúrgicas em Tailândia onde a CRS custa de $4.000 a $6.000 (veja o artigo no New York Times do 6 de maio de 2001), têm possibilitado às garotas transexuais novas conseguir uma transição de gênero completo antes de cumprir 20 anos, ou um pouco depois. Mesmo muitas garotas podem manejar tudo, tomando hormônios ao começo e logo fazendo a transição social quando parecem o suficientemente andróginas - e durante todo esse tempo economizando para a cirurgia. Os cirurgiões tailandeses não insistem em que as pacientes cumpram os protocolos HBIGDA por completo, e isto reduz a carga financeira de ter que consultar a dois conselheiros socio-psicólogos ou psiquiatras durante vários anos para obter as "cartas de autorização para SRS" que se requerem nos E.U.A.

 

[Nota: É útil saber que Tailândia tem uma longa tradição de acomodar socialmente os transgênero (que chamam de 'katoey'), que lá podem se vestir e viver abertamente como mulheres. Embora não tenham todos os privilégios sociais, pelo menos não têm que viver com medo e na destituição como em muitos outros países. Isso quer dizer que o número de garotas TG/TS públicamente visíveis e conhecidas em Tailândia é enormemente maior do que nos países ocidentais, onde os transgênero, em geral, ou têm que ser aceitadas como mulheres (e assim ser invisíveis) ou ficar escondidas no armário.]

 

Como uma alternativa ainda menos cara, as mulheres transexuais já podem aproveitar de acesso fácil que existe à orquiectomia (castração), que custa uns $1.000 a $2.000 e que não requer todas as "cartas de permissão" (veja a página Web de CRS de Lynn (PT) para links a clínicas de cirurgia). Depois da castração o corpo da garota já não sofre os efeitos da testosterona e se notará muito mais o efeito do estrogênio (sobretudo nas garotas mais novas). Esse modo de abordar o problema pode permitir às garotas mais novas uma rápida aceitação como mulheres, e assim "compram tempo" para economizar para a SRS sem um terrível e desesperado sentimento de urgência.

 

O site Web da atriz espanhola, Carla Antonelli contem uma página de fotos de garotas bonitas TG/TS onde se pode ver os maravilhosos resultados que obtiveram de uma feminilização cedo na vida. A lição dessa história é simples: se uma garota TS sabe com certeza que inevitavelmente vai se converter em mulher, então não deve perder o tempo. Deveria atuar para impedir mais masculinização e começar a feminilização tão cedo possível - quando ainda é adolescente.

 

Na medida em que nossa sociedade comece a entender melhor e aceitar a transição de gênero como um tratamento para a condição transexual, cada vez mais transexuais poderão transicionar a uma idade mais ceda. Transicionar cedo na vida, sobretudo como adolescentes, permite aos meninos transexuais evitar crescer no gênero incorreto. (Veja o artigo do jornal The Sunday Express do Reino Unido sobre os meninos que querem mudar de sexo, intitulado: "Nunca vou ser um homem, Mamãe, quando cresço serei uma mulher").

 

Olha a felicidade na cara de Deborah Davis, a linda mulher nova australiana nas fotos seguintes. À idade jovem de 17 anos se converteu na menina australiana mais jovem que se submeteu à SRS de homem para mulher. A valente história dela se contou na revista Australian Woman's Day em 1998. Tente imaginar a alegria que sentiu Deborah ao se livrar tão cedo da armadilha de gênero em que se encontrou. Tente imaginar também qual poderia ter sido o futuro dela se tivesse nascido em um ambiente onde não tivesse sido apoiado.

 

Fotos de Deborah Davis, copyright de Australian Woman's Day, 1998.

 

 

 

Depois de olhar as fotos acima, por favor, responda às perguntas: Que faria se seu filho fosse transexual?  Levaria-o a um psiquiatra para tentar "curá-lo" de “perversão sexual” por meio de "condicionamento" ou de "terapia de aversão"? Tentaria tudo no seu alcance para impedir que ele transicionar até que fosse muito mais velho, e assim condená-lo a uma aparência horrivelmente estragada e masculinizada pela testosterona? Jogaria-o para a rua, como fazem tantos pais de filhos transexuais? Ou, como um pai compassivo, poderia imaginar a garota, terrivelmente temerosa, que existe dentro do corpo do menino novo? E, o amaria o suficiente para lhe permitir escapar dessa armadilha para que pudesse viver uma vida plena e normal, como fez a jovem Deborah?

 

Para as garotas novas TS que não conseguem o apoio dos pais, ainda há muitos caminhos para uma transição ceda. Naturalmente, algumas garotas sentem uma compulsão tão grande de transicionar que fogem a uma cidade grande e se instalam sozinhas na rua. Outras se esforçam a esperar com cautela até que terminarem os estudos pré-universitários e assim podem sair de casa e estar sozinhas - ou trabalhando e ganhando dinheiro, ou assistiendo à universidade - e então começam as transições.

 

As garotas que fogem às grandes cidades como Nova Iorque, San Francisco ou Los Angeles podem encontrar um pouco de ajuda hoje em dia. Normalmente poderão encontrar outras garotas como elas e assim, pelo menos, ter amigas para apoio social. Algumas cidades grandes, como San Francisco, também têm clínicas gratuitas onde as garotas TG/TS podem conseguir ajuda com as transições, começar o tratamento hormonal e encontrar o primeiro trabalho no novo gênero. No entanto, como temos visto na Seção I, muitos desses meninos acabam trabalhando como prostitutas, com todos os riscos e perigos de abuso de drogas, HIV, explotação sexual e violência transfóbica.

 

As garotas que podem agüentar até terminarem os estudos pré-universitários têm muitas mais possibilidades de sucesso. Muitas começam a planejar a transição enquanto estão ainda na escola pré-universitária, aprendendo tudo o que podem por meio da internet, e começando a planejar como fazê-lo no futuro. Algumas encontram a manera de tomar hormônios, estrogênio e anti-androgênios, enquanto ainda estão na escola pré-universitária, e isso pode melhorar consideravelmente as possibilidades de poder transicionar ao longo prazo.

 

 

A educação é o mais importante para uma transição mais ceda, fácil e sucedida:

 

Seja como for, Lynn aconselha fortemente às garotas TS de estudar muito na escola, obter as melhores notas possíveis, e logo tentar entrar em uma boa universidade. Transicionar enquanto estuda na universidade se tornou um dos melhores e mais fáceis caminhos para uma transição ceda e sucedida, e também é a melhor maneira de entrar no mundo laboral com o primeiro emprego e aí tentar transicionar.

 

Os estudantes uiniversitários são muito anônimos, muito mais do que na pré-universitária, sobretudo se a universidade está bastante longe da cidade natal do estudante. As pessoas da turma de uma garota na universidade estarão mais maduras, fofocam menos e insistirão menos na conformidade ao grupo do que os companheiros nas escolas pré-universitárias. O ambiente na maioria das universidades modernas é muito acolhedor e tolerante da diversidade. Muito poucos dos companheiros estarão transfóbicos, em uma universidade moderna, em vez de uma universidade religiosa ou outra em uma zona rural e "atrasada." Também a maioria das cidades universitárias tem zonas de compras, de diversão e para socializar que são relativamente seguras e divertidas, inclusive no meio de uma transição.

 

Se for possível, as garotas que assistem à universidade e que não têm o apoio dos pais para a transição deveriam tentar conseguir uma bolsa ou pelo menos assistir a uma universidade pública. Desse modo estarão menos dependentes dos pais no financeiro, e terão mais provavilidade de terminar os estudos, mesmo se informam aos pais que são TS e eles tentam impedir a transição. Podem ganhar o dinheiro extra que necessitam para hormônios e eletrólise trabalhando de tempo parcial, e poderão avançar o suficiente na feminilização física para poder fazer uma transição social enquanto ainda estão na universidade. Então a garota pode fazer uma transição social e mudar a identificação durante os feriados de verão, por exemplo, ou quando muda de curso ou módulo, e pode voltar à universidade no outono sem que os companheiros se dêem conta quem é, ou era - sobretudo no ambiente anônimo das grandes universidades. Ao completar a transição hormonal e social enquanto esteja ainda na universidade, poderá completar os estudos com um novo nome e identidade. Assim será mais fácil conseguir emprego e começar uma carreira sem ter que revelar a transição hormonal e social.

 

Isso não quer dizer que transicionar enquanto está na universidade seja fácil. Pode ser uma época incrivelmente aterrorizante. Poucas universidades têm procedimentos formais ou pontos de contato para ajudar às estudantes que transicionam. Inclusive as coisas mais básicas, como mudar os papéis de identificação estudantil e os registros de modo coordinado, podem ser uma bagunça tremenda. A garota terá que ter coragem e ir aos responsáveis dos escritórios de registros da universidade, lhes dizer que tem mudado de gênero e que tem um novo nome. Se normalmente é aceitada como uma mulher, e pede essas coisas com calma e sem mostrar medo demais, muitas universidades hoje em dia simplesmente aceitarão a mudança de gênero no sentido literal e mudarão os registros ao novo nome. Porém, se não tem sorte e se topa com um empregado administrativo hostil ou incompreensivo, poderá ter que explicar a situação em mais detalhe e ter cartas de um conselheiro de gênero, etc. E caso fique doente, ou tenha um acidente, existe a possibilidade de ser “tirado do armário,” resultando em uma bagunça tremenda no serviço médico da universidade. No entanto, é muito mais fácil transicionar enquanto assiste à universidade do que em muitos outros lugares ou épocas da vida. Inclusive quando ocorrem problemas de procedimentos ou se está tirada do armário, normalmente tudo fica entre as muralhas da universidade, e poucos se informarão depois.

 

 

Para os pensamentos de Lynn sobre o que as universidades podem fazer para fornecer um melhor ambiente para estudantes que transicionam, veja:

 

MELHORAR O AMBIENTE PARA

ESTUDANTES UNIVERSITÁRIAS TG/TS (em inglês)

 

 

Cada vez mais universidades se dão conta discretamente que estudantes transgênero às vezes transicionam. Embora muitas universidades não saibam exatamente como tratar essa realidade, os estudantes que são persistentes normalmente podem navegar a burocracia na maioria das universidades e finalmente fazer com que mudem a documentação corretamente. Uma vez que a garota tenha graduado, possa começar a nova vida com a opção de viver às escondidas e sem que seja perseguida por boatos e fofocas perpétuos. Então, uma vez que tenha começado a carreira e tenha economizado um pouco de dinheiro, pode completar a transição com a SRS.

 

Para mais informação sobre as vantagens de transições cedas, com mais fotos de transicionistas jovens, veja a página que inclui um artigo da revista Marie Claire (Edição do Reino Unido) de julho de 2002 que tem perfis de três jovens mulheres transexuais. Aquelas que pensam em uma transição ceda e aqueles que estão ajudando a uma transicionista jovem deveriam se assegurar de visitar o seguinte site Web muito importante:

 

 

Todas as transicionistas jovens devem ler cuidadosamente e estudar a página Web de Andrea James sobre

 

A TRANSIÇÃO CEDO NA VIDA

 

 

 

O grande obstáculo à transição: O desafio de enfrentar o medo e vencê-lo

 

Muitas pessoas perguntam a Lynn "Como pôde vencer o medo intenso, e empreender as ações difíceis e necessárias para uma transição aí nos anos 60?". Essa pergunta é importante, porque o medo é o obstáculo mais grande à transição, inclusive hoje. Mesmo a pessoa com motivação intensa, uma atitude positiva, um plano efetivo e a capacidade de aprender novas habilidades pode fracassar na transição se não aprende a vencer o medo.

 

O medo obriga a muita gente TG/TS adiar durante anos, mesmo até dar o passo mais pequeno, como sair do armário ante alguém, organizar uma hora marcada com um conselheiro de gênero, se travestir um pouco em público, ou entrar numa loja para comprar maquiagem ou roupa feminina. Mais além dessas tarefas simples, muitas pessoas TG/TS se preocupam demais sobre ser aceitadas como mulheres, sobre poder evitar a violência, e sobre enfrentar a dor da cirurgia. Esse medo é o resultado de preocupações reais. Mas não se pode permitir que o medo controle sua vida e impeça o adiantamento para metas importantes.

 

O medo faz o maior dano quando a pessoa tenta reduzir a ansiedade de NÃO fazer uma coisa que lhe dá medo. Por exemplo, quando alguém que tenha muito medo de discursar em público encontra uma maneira de evitá-lo, a redução de ansiedade resultante parece "uma recompensa para ter evitado discursar." Não fazer coisas que dão medo se converte em um hábito para tais personas, porque se dão recompensa por não fazer coisas. No entanto, por não fazer as coisas que dão medo, é difícil adiantar para metas importantes. A única maneira de romper este comportamento evasivo é aprender a SE EMPURRAR mais além do medo e FAZER coisas apesar dele. Então se recebe a recompensa de ação decisiva e positiva.

 

Porém, isso é mais fácil de dizer do que fazer. Se alguém atuar enquanto sente um medo intenso, as pessoas perto dele sentem o medo e experimentam muito mal-estar. Este mal-estar das pessoas confrontadas com uma TS assustada em plena transição é como o que sentimos perto de uma pessoa que tenta discursar em público e é vítima de medo do palco. Não é que não gostemos da pessoa, ou que tenhamos preconceitos--é uma reação instintiva de descoforto ante uma pessoa muito temerosa. Essa "reação ao medo" das pessoas perto de nós aumenta o medo da transicionista. Assim é que tomar iniciativas quando está nervosa não dá certo. Em vez disso tem que encontrar a maneira de se acostumar ao medo e acalmá-lo.

 

Lynn aprendeu a vencer o medo quando era adolescente e fazia alpinismo. A medida que ensaiava subidas mais perigosas, tinha que enfrentar movimentos difíceis, avaliar como poderia executá-los, e tomar decisões sobre o risco e sobre a proteção técnica que tinha colocado. Ao efetuar subidas cada vez mais difíceis, aprendeu a fazer movimentos difíceis com elegância, como se estivesse só um pouco acima do solo, mesmo quando havia um grande abismo debaixo dela. Mais tarde, quando tinha que se enfrentar uma coisa que lhe dava medo, pensaría nisso como se fosse um movimento de alpinismo. Uma vez que tinha calculado a ação necessária, O FEZ, sem mais. Dar um passo mais além do medo de modo metódico se converteu em costume. Muitas das amigas de Lynn ao longo dos anos têm aprendido lições similares através de aventuras como o esqui, a patinação, a ginástica, a equitação, o velejar, competências de motocross e outros passatempos ou esportes físicamente exigentes. Tal vez você encontre uma atividade que ajudará do mesmo modo.

 

A experiência de transição de gênero em si mesma pode ensinar as mesmas lições. Ao começar cuidadosamente com os passos iniciais, a principiante pode aprender como enfrentar os medos e silenciá-los antes de abordar os passos mais difíceis. A chave é encontrar passos, modestamente pavorosos, que você DEVE FAZER e PODE FAZER e logo FAZÊ-LOS, chegado o momento correto, de modo decisivo. Isso pode ajudar que você aprenda a se calmar antes de começar os passos mais difíceis.

 

O medo e a vergonha da principiante disminuem a medida que você adianta. As mudanças físicas acumuladas e as habilidades aprendidas nas primeiras fases da transição podem dar lugar a um sorriso de bom humor, uma melhor atitude, e mais desejo de superar desafios mais difíceis no futuro. Ao praticar durante a transición, se pode conter o medo pouco a pouco, e substitui-lo com esperança e determinação.

 

O medo é muitas vezes agravado pelo ativismo GLBT que retrata todas as TG e TS como "vítimas"

 

Porque é que tantas pessoas TS jovem estão tão aterrorizadas de dizer a alguém que são transexuais? O que é que causa todo esse medo debilitador?

 

Todos os jovens lembram as regras estritas de comportamento de gênero que lhes eram impostas quando eram meninos. Intuem os riscos de transição e podem imaginar que lhes vai custar muito trabalho, muita força e persistência. Com tudo, muitas TS jovens podem transicionar discretamente sem ter que se enfrentar a muita humilhação ou muitas dificuldades, sobretudo se planejam bem a transição e a levam a cabo com elegância e dignidade. Então, porque tantas permitem que o medo as adie durante anos ou inclusive décadas antes de procurar ajuda?

 

Muito do medo entre jovens TS é um efeito do ativismo GLBT bem-intencionado. Os ativistas trabalham duro para descobrir crimes de ódio e incidentes de discriminação, e logo conseguem ampla e dramática publicidade. Como resultado, se retrata as pessoas TG/TS constantemente na mídia como "vítimas patéticas". Muitas vezes se convertem as histórias de vitimização em grandes reportagens ou filmes, e isso reforça ainda mais a imagem de vítima patética das pessoas gênero-variantes. O que se procura é demonstrar o desprezíveis que são esses crimes de ódio. Simpatizantes ultrajados enviam mais doações e os ativistas podem dar publicidade a ainda mais histórias de crimes de ódio. Esses esforços têm o efeito benéfico de alertar a sociedad aos ultrajes que se cometem contra algumas pessoas TG e TS.

 

O problema com tudo isso é que somente enfoca nas vidas da pequena minoria de gente TG/TS que são vítimas da violência. O efeito se faz mais nocivo por dar erradamente por fato que o transexualismo é incrívelmente infreqüente (o que não é; veja a seção sobre a prevalência do transexualismo acima). Como resultado as jovens TS têm a impressão totalmente falsa de que quase TODAS as pessoas que transicionam acabam sendo objetos de assédio e brutalidade constantes.

 

Espera-se que os ativistas ajudarão algum dia em construir uma imagem mais equilibrada, positiva e realista das vidas das pessoas transexuais. Uma imagem mais equilibrada poderia ajudar a reduzir a hostilidade pública para gente TG e TS. É certo que reduziria o nível de medo entre jovens TS.

 

Lynn criou a página de "mulheres transexuais de sucesso" (PT) por essa razão mesma. Ela quer que o público saiba que tudo vai muito bem para dezenas de milhares de mulheres transexuais pós-operadas aí fora que estão vivendo vidas maravilhosas. Se mais garotas novas TS soubessem de todos esses sucessos, teriam menos medo das notícias periódicas de discriminação, teriam menos medo de procurar ajuda, e teriam mais esperanças de que poderiam transicionar com sucesso também.

  

 

ADVERTÊNCIA: Não deixe de levar em conta os riscos reais da transição e os fatores que afetam o sucesso

 

A discriminação, a intolerância e o assédio muitas vezes não são os piores riscos que tem que enfrenta uma transicionista, embora dêem muito medo. Os verdadeiros riscos são os que surgem dentro de si mesmo. Existe o risco de que não esteja o suficientemente preparada para transicionar, que arrisque perder o emprego e não poderá ganhar dinheiro, existe o risco de que não esteja o suficientemente segura de si e com a capacidade para poder navegar o laberinto de adversidades que implica uma transição, e, ainda pior - existe o risco de que tal vez não esteja fazendo a transição por razões adequadas, e nesse caso possa acabar sendo totalmente infeliz depois. Essas são coisas sérias que deveria avaliar com cuidado!

 

Um dos requisitos mais importantes para o sucesso é a capacidade de deixar atrás todos os sentimentos de vergonha, turbação e culpabilidade sobre ser transexual, e avançar com elegância e dignidade - embora as pessoas ao redor de você reajam de modo negativo. Se a transicionista não pode desfazer todos os sentimentos de vergonha e turbação, é possível que esses sentimentos cresçam em vez de diminuam enquanto adianta a transição, e isso resultará em dificuldades emocionais sérias. Essa dificuldade na hora de tratar a vergonha e a turbação, junto com a necessidade de expressar seu caráter feminino podem causar que a transicionista "sobreactue," e se apresente ou fale da transição de modo estranho ou descontrolado, esandalizando os demais. Aprender a aceitar a si mesmo e a desfazer todos os sentimentos de vergonha e de turbação é um assunto em que a conselheiria socio-psicológica pode ajudar muito.

 

Por outro lado, é muito importante ser realista e avaliar se você é o suficientemente hábil para poder fazer uma coisa tão difícil como a transição. No entanto, pode ser muito difícil avaliar sua própria "competência."  Lembra, os incompetentes não se dão conta que o são! Não reconhecem a incompetência nos demais, nem podem se ver como os demais os vêem. Assim é que não podem fazer as regulagens necessárias para ter sucesso. Gente assim crêem que são aceitadas como mulheres quando não o são, e logo acusam aos perto delas de ser mesquinhos em vez de trabalhar nas dificuldades reais para ser aceitadas como mulheres.

 

É possível que uma transição sucedida esteja fora do alcance das pessoas que não podem aprender novas habilidades rapidamente ao olhar com cuidado como fazem as coisas os demais, e logo avaliar as reações dos demais quando elas tentam fazer as mesmas coisas. Uma transição sucedida requer muita habilidade e sentido comum, a capacidade de aprender novas habilidades práticas rapidamente, muita motivação e muito trabalho duro.

 

Um bom conselheiro de gênero pode ajudar a examinar de maneira objetiva as opções que você tem para transicionar, e ajudar a calcular se tem o que se precisa para ter sucesso. Os grupos de apoio e outros grupos de amigos TG/TS também podem ajudar muito a dar exemplos contra os quais se pode medir. É muito difícil, quase impossível, fazer isso sozinha, e a vontade de procurar ajuda e os conselhos dos demais serão importantes para o sucesso. Poder ver o que fazem os demais e ver como vai com eles pode dar uma nova e valiosa percepção de como você vai poder fazê-lo. Porém, lembra que as amigas TG/TS muitas vezes serão demais simpáticas, e não lhe dirão quando você tem que fazer grandes melhoras de apresentação. Às vezes também, quando tudo vai bem contigo, as amigas TG/TS podem ter inveja e tentar ferir sua confiança. Assim é que deveria escutar seu próprio coração na hora de tomar decisões grandes, e não depender somente das opiniões dos demais.

 

O planejamento financeiro cuidadoso, o planejamento de emprego e dos gastos e a consideração de contingências também são essenciais para o sucesso. Lembra, existe o risco de "se estagnar no meio da transição" se fica sem grana e não é aceitada como mulher e em conseqüência não pode conseguir emprego. Não caia nisso jamais! Algumas garotas atraentes podem se prostituir como última alternativa, mas esse trabalho traz consigo outro jogo de riscos e perigos, como temos visto na Seção I. O melhor é conseguir habilidades para poder conseguir trabalho facilmente, e logo trabalhar muito duro para economizar para a transição.

 

A capacidade de se fazer dura de coração e poder tolerar algumas reações negativas da família e dos amigos é importante também. Seus pais e outros parentes podem tentar impedir sua transição ou impedir a cirurgia, inclusive se você é uma transicionista maior. Em alguns estados inclusive podem tentar forçar sua internação em um hospício. Poder fazer muitos novos amigos pode ajudar a compensar a perda de família e amigos do passado. Muitas pessoas TS ganham muitas amigas TS durante a transição, e logo utilizam essa habilidade melhorada de ganhar amigos na nova vida pós-operada.

 

 

AGORA A ADVERTÊNCIA REAL: E se você tem "sucesso" com sua transição, mas a fez por razões erradas?

Claro, você já viu! Essa é uma situação que você definativamente não quer experimentar!

 

Em muitos casos a transição TS resulta muito bem ao longo prazo. No entanto, em alguns casos a transição TS não está na altura em absoluto às expectativas muito pouco realistas. Tarde demais a pessoa se dá conta de que se submeter à SRS (CRS) era um GRANDE erro. Isso parece o caso sobretudo com os travestis e fetichistas intensas maiores (incluindo os que auto-definem como "autoginéfilos") cuja motivação para fazer a transição se baseou somente em sentimentos sexuais masculinos.

 

Essa pessoa perde pouco a pouco a excitação do corpo feminino que a libido masculina provocava enquanto passa o tempo depois da remoção dos testículos na SRS (esse efeito é completamente diferente do aumento da libido feminina e a melhora na capacidade de ter relações sexuais que se experimentam em muitos casos pós-operados). A perda de satisfação da libido, em combinação com o amontoamento de dificuldades práticas na vida pós-operada pode dar lugar a sérios problemas de adaptação, ao longo prazo, entre eles que "têm errado". Deve REDOBRAR SUAS PRECAUÇÕES se está insegura dos seus motivos para se submeter à SRS (CRS).

 

 

 Para exemplos de mulheres pós-operadas que logo lamentaram de ter-se submetido à SRS, veja a informação sobre Renee Richards, Dani Berry e Sandra (Ian) MacDougall na página de Lynn 

ADVERTÊNCIA SOBRE CRS

 

 

Também se ouve de casos ocasionais de homens homossexuais Rainhas Drag que namoram homens heterossexuais e que se convencem a se submeter à SRS de repente para agradar e/ou conservar esses amantes. Esses casos geralmente acabam muito ruins, porque, quando passa o tempo, o homem gay lamenta cada vez mais a perda de masculinidade. Casos assim são a base de muitos "mitos populares" na comunidade gay de que "a mudança de sexo é uma idéia realmente maluca," e tal vez sejam a explicação de alguns dos rancorosos escritos e discursos transfóbicos dos líderes do pensamento gay (tais como o Jim Fouratt) nos últimos anos.

 

Assim é que tem que ser muito, muito honesta contigo mesma sobre "porquê" necessita transicionar, e se uma transição TS pode cumprir suas expectativas ao longo prazo. Ninguém mais pode conhecer seus sentimentos interiores sobre “porquê é preciso fazer isso” e ninguém pode predizer o competente que vai ser em fazê-lo. É MUITO importante ser brutalmente realista e honesta contigo sobre seus motivos, suas capacidades e suas expectativas antes de se comprometer com uma transição transexual e se submeter à SRS. Se você acha que poderia estar fazendo isso para seu próprio prazer sexual, tem cuidado e considere bem todas as advertências. Porém, se sente uma necessidade profunda de ser mulher tanto no corpo quanto socialmente, e se sente uma necessidade profunda de expressar uma sexualidade feminina, então tal vez isso seja o correto para você.

 

Escuta seu coração e seu corpo, e não deixa que as pressões sociais que percebe influenciassem que você faça uma decisão que mais tarde pode arrepender. Se desfruta de sua sexualidade masculina pré-operada (sobretudo dos instintos masculinos de estar acima, empurrar e penetrar, e se enfoca nos genitais externos como fonte de excitação sexual e prazer), então é pouco provável que desenvolva e desfrute de uma sexualidade feminina depois da transição. Em vez disso, pode que se arrependa de ter perdido sua sexualidade masculina e fique sem escape sexual. Se crê que isso seja uma possibilidade, deve pensar seriamente numa transição TG.

 

Às vezes a situação está o revés. Há algumas mulheres intensamente TS (que experimentam uma excitação sexual profundamente feminina, e que lhes faltam os instintos masculinos de "estar acima"), para quem a SRS é provavelmente o caminho correto, mas que evitam a SRS por medo profundo de perder a "excitação feminina calorosa" e a capacidade de experimentar orgasmos depois da SRS. Algumas dessas mulheres tentam pensar do órgão masculino como um "clitóris grande" e conseguem aceitá-lo desse modo. Outras elegem se submeter à castração em vez de se submeter à SRS. Algumas mulheres TS que em outros aspectos são muito femininas podem atrair amantes que as aceitam como mulheres embora não têm se submetido à SRS, assim que elas escondem discretamente os genitais durante a intimidade. Se você tem muito medo da SRS e não está segura se estará contenta depois, é melhor considerar a opção de uma transição TG. Por outro lado, se aprende mais sobre os maravilhosos prazeres sexuais e orgasmos que muitas mulheres intensamente TS experimentam depois da SRS, tal vez se dê conta pouco a pouco que a SRS abriria uma vida melhor para você também.

 

[Nota: Para informações mais detalhadas sobre a excitação sexual, relações sexuais e orgasmo em mulheres TS pós-operadas, veja esta seção na página SRS de Lynn (PT).]

 

Infelizmente, a opção de uma transição TG muitas vezes provoca problemas de saúde e da aceitação como uma mulher a longo prazo. Mulheres TG/TS e "travestis" que não se submetem à SRS têm que continuar dosis grandes de estrogênio e anti-androgênios, a níveis pré-operados, ano trás ano se querem manter as características femininas secundárias. Assim correm o risco de prováveis danos ao fígado e grandes problemas de saúde, um possível preço alto por conseguir a feminização.  Se têm que diminuir os dosis de hormônios a níveis pós-operados seguros por razões de saúde, a testosterona produzida pelos testículos causa inevitavelmente uns traços cada vez menos finos. A testosterona também acelera o processo de envelhecimento dos transicionistas TG e lhes rouba da beleza juvenil muito antes do que no caso das mulheres TS pós-operadas (se conhece esse efeito desde faz muito tempo na comunidade gay de homens "Rainhas Drag"). Transicionistas TG e travestis que eram muito suaves e bonitas na adolescência ou nos vinte pode ter muita dificuldade em encontrar homens companheiros e amantes depois que cumprem 40 anos. A velhice pode ser uma época aterrorizante e solitária para essas pessoas, e tem que levar em conta cuidadosamente esse fator antes de se comprometer a uma transição TG.

 

Em muitos casos, as transicionistas TG finalmente elegem se submeter a uma orquiectomia (castração). A castração é uma cirurgia mais simples, menos cara e menos dolorosa do que a SRS. Libera a transicionista dos problemas de saúde causados pela testosterona e elimina a necessidade de tomar altos dosis de hormônios. As transicionistas TG que têm uma libido forte podem continuar a desfrutar de ereções do pênis e orgasmos depois da castração, e assim continuar a desfrutar dos aspectos masculinos da sexualidade. Por fim, a orquiectomia é uma opção importante que as transicionistas TG devem avaliar.

 

A prova real de sucesso é se pode se adaptar plenamente ao gênero corrigido, se assimilar bem na sociedade, e logo encontrar um parceiro sentimental e que os dois podem estar contentos na vida íntima ao longo prazo. Sobretudo, não deixa que a percepção rígida de género que tem a sociedade afeite sua decisão de fazer uma transição TG ou uma TS. Depois de uma transição social TG deveria se sentir cômoda ao expressar o autêntico "Eu" em um lugar "no meio dos dois" modelos sociais de gênero. Seria muito mais fácil se adaptar a estar "entre os dois" do que se adaptar a uma "transição TS que foi além demais!” Lembra, pessoas "entre os dois gêneros" podem encontrar parceiros sentimentais também.

 

Inclusive se está segura de seus motivos e da necessidade de uma transição completa, tem que levar en conta outros assuntos práticos antes de se comprometer à transição. Algumas mulheres TS têm características físicas masculinas tão marcadas que é impossível que sejam aceitadas como mulheres, não importa o número de correções cirúrgicas que se façam. Isso pode resultar em que sobresaiam negativamente na sociedade, se estão apontadas e humilhadas constantemente, o que faz impossível que se assimilem como mulheres na sociedade. As humilhações contínuas podem arruinar as intenções que teve a pessoa para corrigir o gênero, e pode forçar que viva uma existência socialmente marginalizada depois da transição. Esses são casos muito trágicos para que não há boas alternativas.

 

Outro fator chave para o sucesso é que você tenha confiança suficiente em si mesma. Cada uma das pessoas que lhe podem ajudar só pode fornecer uma pequena parte da "tecnologia de gênero" para a transição. Toca à transicionista "juntá-lo tudo e fazer com que dê certo". Se não tem essa "habilidade" e adaptabilidade, poderá estar entrando em águas profundas demais se tenta uma transição de gênero. Você mesma tem que arrumá-lo, dia após dia. Os demais não podem ajudar com todos os detalhes. Seus conselheiros de gênero e seus cirurgiões são como a tripulação de um barco que levam você à costa distante. Uma vez que está aí, essencialmente está sozinha. Deveria se assegurar de que realmente quer ir aí e que não terá remorso do que deixou atrás, e tem que ser muito adaptável e ter muita confiança em si mesma para ter sucesso aí. 

  

 

Avaliar os riscos, tomar decisões e ações durante a transição:

 

Como já pode imaginar, a pessoa que enfrenta uma transição de gênero, seja TG ou TS, tem que navegar um laberinto de riscos e dificuldades, e a maior parte das vezes tem que fazê-lo sozinha. Pode conseguir ajuda de conselheiros de gênero e grupos de apoio, de amigas e conhecidas TG/TS, e da informação e contatos através da Internet. Porém, a situação de cada uma é tão diferente, e tem tantos fatores únicos, que não há "uma maneira única de fazer isso." Pelo contrário, há muitas opções e muitas maneiras de fazê-lo. Cada pessoa tem que compilar muita informação a fundo e logo ser muito imaginativa na hora de construir o melhor caminho.

 

Uma vez que a pessoa tem se comprometido com a transição e pode ver um caminho que pode dar certo, tem que ser decidida e tem que tomar as ações e não deixar que o medo a barre em cada passo, e em conseqüência que fique estagnada na transição.  Por outro lado, tem que ser flexível e capaz de solucionar as contingências e os problemas que encontra no caminho. Às vezes as coisas não irão como as planejou, e terá que encontrar um jeito de se esquivar desses problemas. Os planos que são demais estritos e inflexíveis, e os planos que deixam pouco margem de erro são fácilmente estragados. Sempre tenta deixar um espaço nos planos para contingências.

 

Obter acesso aos últimos avanços, avaliar com cuidado os riscos, tomar decisões no momento adequado, e logo tomar as ações decisivas apesar do medo - essas são as coisas que a transicionista tem que se acostumar a fazer, e a fazer bem, se vai ter sucesso. Não é surpreendente que as pessoas em transição muitas vezes pareçam "obsessivas" aos demais. De algum modo, é preciso ser um pouco obsessiva para poder vencer todos os desafios que têm que enfrentar.

 

De fato, uma das maiores dificuldades que têm que enfrentar as transicionistas é como manter a calma e fazer as coisas com elegância e dignidade em uma época em que sentem medo mortal, experimentando muita dor e turbação enquanto têm que enfrentar muitas preocupações sobre como sairá tudo ao final.

 

Felizmente há muitas histórias e exemplos que as transicionistas podem utilizar para visualizar como transicionar. Também há muitos sites de apoio para poder obter conhecimentos sobre tratamentos e serviços atuais, e para ajudar em planejar os detalhes de uma transição, e entre eles destaca em especial o Plano do Caminho TS de Andrea James (Andrea James’ TS Roadmap) que é o guía principal para transicionar de homem para mulher. Todo o crescimento de informações faz cada vez mais suave o caminho para elas que transicionem. Aqui há uns excelentes sites que as transicionistas devem estudar antes de começar as viagens:

 

O Guia Essencial à Transição MtF:

 

  

O site maravilhoso deCalpernia Addams para foros e o intercâmbio de informações:

 

 

Recursos e foros para transicionistas novas:

 

 

Site de foros e listas de discussão para transicionistas TG/TS:

 

 

 

Como podem ajudar a família, os amigos, os professores e os companheiros de trabalho com uma transição?

 

Uma vez iniciada, a transição é uma questão de vida ou morte para a transexual. Não se faz para gratificação sexual, nem para escandalizar os demais. No entanto, as mudanças físicas dramáticas da transição podem surpreender e assustar os que conhecem a pessoa. Também há muitas questões práticas, como qual nome utilizar, quais pronomes, como explicar tudo à família e aos amigos. Pode parecer que tem que passar por um sem-fim de perigos e trauma.

 

Um problema grande é que aos amigos e seres queridos sempre custa trabalho "abrir mão" da pessoa anterior, que parece ter morrido, e "voltar a conhecer" a nova pessoa. Se a nova pessoa tem restos fortes da anterior, é possível que os demais fiquem para atrás em aceitar o novo gênero da transicionista. Se os restos são vagos e a pessoa anterior parece ter desaparecido, é possível que os demais odiem intuitivamente a nova pessoa por ter "matado" a anterior. Muitas mulheres TS perdem todo contato com os seres queridos, família, parentes e amigos pré-transição, e têm que começar de novo para encontrar amigos, companheiros e amor depois da transição (é certo que essa foi a experiência de Lynn durante a transição). Quanto mais perto de você que esteve alguém antes da transição, o mais forte será a imágem que terá de sua identidade anterior, e o mais provável é que rejeite por completo "sua nova pessoa" durante e depois da transição.

 

Também, as mudanças da aparência física que resultam da terapia de hormônios e da cirurgia podem ser tão profundas que causem agudos conflitos interiores nos demais. Por exemplo, alguns homens verão a pessoa ao início como "um homem em um vestido" e zombarão dela, mas um ano depois sentirão uma angústia interior quando o subconsciente deles começa a reaçionar à transexual, cada vez mais feminilizada, como uma mulher sexualmente atraente. Outras pessoas simplesmente não "verão" as mudanças e seguirão pensando da pessoa como "um homem em um vestido," e assim podem se converter no alvo de curiosidade e de reprimendas quando erram grosseiramente no uso de pronomes (por exemplo, ao se referir à transexual como "ele" todo o tempo, quando todos os demais já vêem e dizem "ela").

 

Assim é que a mulher que transiciona tem que arrumar tudo cada dia, não só com as mudanças enormes que experimenta no corpo e o estado emocional, mas também com as mudanças, de uma variedade ampla, nas cabeças de todos ao redor dela. Um pouco de entendimento e de ajuda amável com assuntos práticos da parte de amigos e companheiros de trabalho podem aliviar muito alguns desses fardos da transição.

 

A mídia náo ajuda em tudo isto, porque durante décadas, tem sido o costume de se referir a uma mulher TS pós-operada como "um homem que tem mudado de sexo," e inclusive de utilizar pronomes masculinos ao se referir a ela. Essa prática horrorosa foi instigada faz décadas pela agência de notícias Associated Press (AP), e as histórias que difundiam sobre mulheres TS muitas vezes chegavam da AP nesse formato. (veja este exemplo de Puerto Rico (em inglês)*). Essa prática tem feito dano incrível às vidas de mulheres TS ao distorcer grosseiramente a imagem delas diante da sociedade, e fez com que a transição fosse uma época muito difícil para elas.

 

[*Nota: Esta prática da AP foi protestada com sucesso pelos grupos ativistas GLAAD e GenderPAC. O novo guia de estilo da AP estipula que todos os jornalistas perguntam às mulheres transexuais mesmas qual nome e gênero querem que se utilize em artigos de prensa sobre elas.]

 

Por causa das contínuas complexidades médicas, legais, burocráticas, de emprego, religiosas e interpessoais, cada transexual, aceitada bem como mulher ou não, se encontrará com centenas ou até milhares de pessoas durante a vida em situações em que o passado a pode "expôr.” Atualmente, em muitos desses encontros é comum que se trate uma mulher TS com desprezo, desdêm ou com uma reação de assombro.

 

O efeito acumulativo de todas as rejeições e encontros dolorosos pode desanimar um espíritu muito forte. Pode parecer à mulher transexual no meio de uma transição que está submetida a um assédio bastante irracional e desenfreado por parte das pessoas de perto e essas pressões podem esgotar inclusive aquelas que tolerem bem o medo e que tenham uma atitude positiva. Porém, existe o perigo de ficar zangada demais e lutar contra essas pressões, e isso pode ser muito contraproducente quando o que se intenta é projetar uma personalidade feminina cálida e alegre.

 

A assistência sócio-psicológica pode ajudar essas mulheres a se ajustar a alguns desses efeitos. Porém, um melhor entendimento desses temas, sobretudo entre as comunidades médicas, legais, religiosas e de recursos humanos reduzirá em grande medida o estresse e a sensação de estigmatização que experimentam muitas mulheres TS.

 

Parentes, amigos e outros que conheçam uma pessoa que transiciona possam se informar melhor sobre o que enfrenta a pessoa ao ler livros tais como Fiéis a Nós Mesmas : Entender o Transexualismo - para Parentes, Amigos, Companheiros de Trabalho e Profissionais de Ajuda (em inglês) por Mildred Brown e Chloe Ann Rounsley.

 

 

 

 

Felizmente, para a maioria das mulheres TS MtF há uma "luz ao final do túnel." As dificuldades sociais muitas vezes vão diminuindo enquanto completam as transformações de gênero e se assimilam pouco a pouco na sociedade como mulheres. Para otimizar as oportunidades sociais e evitar dificuldades sociais desnecessárias, muitas mulheres pós-operadas desejam "viver de modo furtivo" depois da transição. Fazem isso por manter uma privacidade estrita sobre o passado. Os amigos e os companheiros de trabalho que conheçam o passado de uma mulher transexual devem ter muito cuidado de respeitar esse desejo de privacidade. Também devem atuar rapidamente para parar a fofoca deles que não sejam tão respeitosos.

 

Depois de ter aprendido um pouco sobre o transexualismo, tal vez possa ajudar outros a entendê-lo melhor também. Com uma melhor compreensão, as pessoas anteriormente incômodas com o assunto podem diminuir os problemas práticos e reduzir as dificuldades que tenha que enfrentar um amigo, estudante ou companheiro de trabalho TS durante uma transição.

 

Um romance maravilhoso escrito por Chris Bohjalian, Trans-Sister Radio (disponível em espanhol), ajuda a obter muitas discernimentos novos sobre a experiência transexual de transição de homem para mulher, e não só desde a perspectiva da mulher mesma, mas também desde a de todos os que estão perto dela. O romance de Bohjalian faz mágica ao mudar o diálogo de personagem a personagem em cada etapa do processo de transição, mostrando como todo o mundo envolto ou tocado pela situação experimenta muitas mudanças nos pensamentos, atitudes e respostas. Pode-se utilizar este excelente livro para estabelecer um contexto comum em que seja possível se comunicar com qualquer pessoa que tenha a vontade de aprender a fundo sobre o transexualismo, a transição e a vida sentimental transexual. Lynn enfáticamente recomenda este livro ás famílias e aos amigos das mulheres em transição.

 

 

 

 

Um livro valente, uma história irresistível

Resenhado por um leitor de Filadelfia, PA, EUA


Depois de ter tido mais um sucesso com o romance "Comadres," Bohjalian tem aproveitado seu  talento singular para contar histórias e tem escrito um romance ainda melhor. Para o homem falo-cêntrico que sou eu...[a] cirurgia não era um tema fácil, mas Bohjalian ganhou o direito a fazer que eu sentisse incômodo. O mais engenhoso deste romance é o modo em que, ao final das 300 páginas que se lêem rapidamente, um montão de coisas que me tinham parecido raras de repente não me pareciam de nenhúm jeito raras .... Essas pessoas formosas, seja como for o encanamento, merecem de felicidade, e Bohjalian é o suficiente sábio e bondoso para lhes dá-la. Esta é uma história de amor que é comovedora e ao mesmo tempo faz com que você pense.

 

 

Delicado, Doloroso, Emotivo e Necessário

Resenhado por uma leitora de Carolina do Sul

 

Li a maravilhosa prosa do Sr. Bohjalian enquanto recuperava da minha própria cirurgia de redesignação de sexo, assim que tal vez tenha preconceitos. Apesar de ter suportado muitas indignidades na minha vida, vivo agora uma vida que é ao mesmo tempo excepcionalmente normal e assombrosamente maravilhosa e me identifiquei com a Dana e a luta para si mesma e para a dignidade. Creio que o Sr. Bohjalian é magistral ao captar tanto o espectro de reações e respostas ao transexualismo quanto os efeitos colaterais deles que saem com transexuais, se casam com eles, ou que são pais, irmãos ou amigos dos que tentam resolver o transexualismo e recuperar o direito de nascimiento como mulheres ou homens, conforme o caso que dê. - - - Sr. Bohjalian capta perfeitamente a ignorância e o medo que muitas vezes temos que enfrentar enquanto tentamos fazer nada mais que procurar tratamento para o que é simplesmente uma condição médica reconhecida. Y como o câncer, o transexualismo tem existido sempre, mas apesar disso o indulto que fornecem os avanços médicos nos brinda uma qualidade de vida cada vez melhor. Creio que se transmite bem este conceito no trabajo dele também. Obrigada, Sr. Bohjalian, por fazer mais humanos meus esforços e os das pessoas como eu ao redor do mundo.

 

 

 

Com um melhor entendimento como se poderia tratar o transexualismo algum dia?


O transexualismo é muito mais comum do que se achava anteriormente. Em vez de ser uma raridade médica total, casos intensos de transexualismo de homem para mulher ocorrem provavelmente em um de cada 300 a 500 meninos. É uma condição que ocorrerá de vez em quando em cada família grande (ocorre pelo menos duas vezes mais freqüentemente do que a esclerose múltiple ou da fissura do paladar). Essa condição provavelmente provoca muitos suicídios inexplicáveis de adolescentes que não puderam encontrar outra maneira de escapar da angústia. Os carinhosos e preocupados pais e parentes devem ser conscientes da natureza dessa condição para poder tratar um menino afetado na família.

 

Algum dia, quando um rapaz adolescente se dá conta de que tem sentimentos transexuais, e diz a mamãe "necessito ser uma garota," a reação mais comum será de amor e preocupação e compaixão. Em vez de ver "um rapaz com um problema mental," na realidade os pais verão "uma garota com um problema físico,” verão quanto lhe falta desesperadamente de ajuda, e apoiarão com carinho o tratamento médico e a transição de gênero.

 

Um livro maravilhoso para garotas adolescentes TS de homem para mulher e os pais delas, Mamãe, preciso ser una garota, conta a história recente da transição de uma garota adolescente (veja a foto de Danielle abaixo). Essa história encantadora e os desenhos artísticos fornecem uma introdução agradável ao transexualismo de homem para mulher e ao processo contemporâneo de transição de gênero. Esse pequeno livro se esgotou recentemente, mas pode descarregar o texto (em inglês, sem os desenhos) em formato pdf por este link ou pode lê-lo na internet pelo site da Tia Jenny (em inglês). Também pode ler o livro por meio do site de Lynn Conway (em inglês, espanhol, francês e português), com os maravilhosos desenhos incluidos do original nos seguintes links:

Mamãe, Preciso Ser Uma Garota(PT)

Mom, I Need to Be a Girl  (EN)

Mamá, necesito ser una chíca  (ES)

Maman, J'ai Besoin D'Etre Une Fille  (FR)

 

 

Algum dia, as escolas e outras instituições sociais, quando serem mais conscientes e compreensivas dos temas de gênero, também apoiarão mais as garotas como Shauna e Danielle durante as transições, e impedirão que a discriminação e o assédio dos demais danem as possibilidades de sucesso.

 

Então, uma vez que a transição de uma garota esteja completa, não só os pais, mas também os parentes e amigos lhe darão a bem-vinda e a tratarão e a amarão como qualquer outra garota. Ela terá a oportunidade de experimentar todas as coisas que experimentam as garotas adolescentes e se converterá em uma mulher nova sem ter experimentado as incríveis privações que são tão comuns agora para garotas transexuais.

 

Além disso, a lei e a sociedade a tratarão exatamente como qualquer outra mulher ou garota, e lhe concederá todos os direitos cívis e legais, e inclusive terá a oportunidade de se casar mais tarde e adotar filhos se os desejar, e a oportunidade de viver uma vida plena e feliz.

 

Lynn vive para ver aquele dia.

 

 

Histórias de sucesso: Links a páginas de mulheres TS pós-operadas

 

Não há nada como o sucesso em qualquer empreendimento novo para provar que "isso se pode fazer," e para fornecer modelos a seguir para os demais. O mesmo também é certo para uma transição transexual.

 

Temos aprendido na seção anterior que existem pelo menos 32.000 a 40.000 mulheres transexuais pós-operadas nos E.U.A., e que mais muitos milhares agora estão em transição. No entanto, muitas das transições transexuais sucedidas aconteceram desapercibidas pela sociedade porque a maioria de mulheres pós-operadas vivem "em modo furtivo" para evitar a estigmatização. Embora estejam por todas partes, estão "vivendo às escondidas a plena vista," e assim são "invisíveis.”

 

Felizmente a Internet está tirando esse véu de invisibilidade porque cada vez mais mulheres pós-operadas sucedidas criam sites onde os demais podem aprender das experiências delas. Pode-se ter uma visão humana convincente do transexualismo ao olhar os sites com diários pessoais e informações sobre as experiências e os sucessos dessas mulheres. Elas, e as experiências delas podem dar excelentes modelos a seguir e ensinar muito às outras transicionistas. Na Seção III (ainda só em inglês), aprenderemos mais sobre a vida como uma mulher depois da transição TS ao considerar muitas das experiências dessas mulheres sucedidas. Aqui há só uns poucos exemplos de páginas que Lynn compilou com uma lista de fotos e histórias de muitas mulheres sucedidas que têm transicionado:

 

 

 Andrea James

Executiva de Publicidade, Ativista de Consumidores

 

  Joan Roughgarden, Ph.D.

Bióloga

 

Kurara Motoki (Japão)

Intérprete, Atriz

Deborah

Arquiteta

 

Sarah

Pilota (Boeing 767), American Airlines (em espanhol)  

 

 Robertina Manganaro (Itália)

Estilista de modas

 

 

 Para muitos mais exemplos de mulheres pós-operadas de sucesso, veja o site de Lynn:

 

MULHRES TRANSEXUAIS DE SUCESSO. (PT)

 

 

 

Links e referências TG/TS/IS:

 

Para informações mais a fundo sobre o transgenerismo, transexualismo e intersexualismo, já pode acessar muitos excelentes sites de informações e livros sobre esses temas. Para começar a explorar esses sites, veja a página Web de Lynn sobre Links e referências TG/TS/IS, e segue os links aí ao grande mundo de recursos TG/TS/IS na internet.

 

 

Um pensamento final sobre a palavra "transexual":

 

Embora bem-intencionada como termo médico descritivo, a palavra "transexual" desconcerta e é errôneo. Como "etiqueta" muitas vezes estigmatiza as pessoas desnecessáriamente, sobretudo quando se utiliza como sustantivo. Chamar alguém de "transexual" soa como se fosse uma alienígena em vez de um ser humano. Também implica que é uma má pessoa mesmo inclusive depois de ter-se submetido a uma correção de gênero completa. Uma prática muito melhor é utilizar "transexual" como adjetivo e se referir a alguém como uma "mulher transexual". Referir-se a ela como "uma mulher que transicionou" ou "uma mulher que tem um passado transexual" é uma prática ainda melhor.

 

Depois de tudo, porque estigmatizar a pessoa que fez uma longa e traumática batalha médica e uma luta pessoal mais do que a pessoa que sobreviveu o câncer e que fez uma longa batalha médica similar? Não devemos admirar as duas pessoas pela bravura e tenacidade frente à adversidade?

 

A percepção pessoal que tem Lynn da experiência transexual é que a natureza e a sociedade lhe deram o gênero errado quando era um menino pequeno. Depois de crescer como um menino e ter que suportar anos de adversidade terrível, finalmente conseguiu corrigir completamente esse gênero errado durante sua transição em 1968. Viveu desde então una vida plena e feliz como uma mulher alegre e muito normal.

 

 

Uma foto de Lynn e a pequena bisneta dela, Baylea, o 15 de abril de 2000

 

 

 


 

 

Continua à seguinte seção:

Seção III: A vida como uma mulher depois de uma transição TS (ainda só em inglês)  

 

 

V-9-30-04

[LC posting of 9-13-06]

 

[A página pessoal de Lynn] (pt)