PARTE V

 

 

CARTAS DA FAMÍLIA

CONSELHOS ÀS ADOLESCENTES

CONSELHOS AOS PAIS

ESCOLA (COLÉGIO)

ACOMPANHAMENTO PSICOLÓGICO

ENDOCRINOLOGIA

CIRURGIA

OS URUBUS

GLOSSÁRIO

LEITURAS RECOMENDADAS

RECURSOS

 

 

CARTAS DA FAMÍLIA

 

Temos uma lista familiar de endereços de correio eletrónico.  As seguintes são duas emails sobre Danielle, escritas para ser lido por toda a família.  A primeira é do irmão dela e a segunda da avó Clela.  A terceira escreveu Danielle ao resto da família. 

 

 

* . * . * . * . *

 

Olá a todos novamente.

 

Escrevo sobre um tema que provavelmente muitas pessoas terão discutido, mais sobre o qual alguns têm um pouco de medo fazer perguntas.  O tema ao que refiro é minha maravilhosa irmã Danielle.

 

Danielle decidiu me revelar o segredo enquanto me visitava em Phoenix.  Um dia fui a trabalhar, disse a Daniel “até mais,” e voltei à casa onde encontrei Danielle.  Ao princípio ficava repleto de auto-compaixão, e não sabia o que eu ia fazer, ou o que pensaria o resto do mundo a respeito dela.  Durante várias semanas eu apenas podia dormir, pensando no que lhe acontencia e por que tinha passado isto na nossa família.  Já tínhamos superado tanto, e agora isto.  Uma vez antes, eu tinha assistido a um programa de conversas na televisão, no qual havia pessoas que experimentavam situações similares, e tinha que apagá-lo porque ficava com náusea.  Eu sempre tinha pensado que tais pessoas deviam ter sido criadas em famílias muito horríveis.  Desde então tive que mudar minha maneira de pensar, e vejo a todas as pessoas baixo duma luz diferente. 

 

É bem estranho como as coisas podem dar um giro de 180 graus quando uma pessoa experimenta.  Ao princípio achava que nada de bom podia resultar desta mudança que tinha feito Daniel.  Ele foi meu irmão durante 16 anos, e 16 anos é muito tempo conhecer alguém e depois vê-lo mudar tanto.  A vizinha, que era uma amiga muito íntima, ajudou Danielle com a transição, e elas ficaram muito unidas.  Fez dois anos que conheci Denise, a vizinha, e éramos bons amigos.  Ela me ajudou a entender um pouco sobre os motivos de Danielle para fazer  isto, e estava disponível para falar do assunto quando eu precisava.  Eu quase me culpava que tinha acontecido, porque tinha estado presente quase todo o tempo, e parecia como eu tivesse permitido que acontecesse.  Eu tentava lembrar qual má coisa tinha acontecido que pudesse explicar o terrível que tinha nos acontecido.      

 

Porquanto passou o tempo, senti mais cômodo com ela, e até cheguei ao ponto que podia chamá-la de Danielle.  Há uns meses visitei à minha mãe e levei Danielle à praia e ao passear ao longo da calçada de tábuas. 

 

Desfrutei imensamente do tempo que passei com ela, e sei que não teria sido nada de igual se tivéssemos ido antes da transição.  Ela tinha se transformado de um rapaz mais ou menos travesso na garota mais maravilhosa que alguém pudesse conhecer. 

 

Agora me parece que ela está mais feliz com a vida e que transmite esta atualidade a todos que conhece.  Sei dos contos que me fala minha mãe que ela é muito amistosa e diariamente conhece novas pessoas.  Cada vez que ligo para ela, está muito emocionada sobre toda classe de coisas que está fazendo na vida, e meu coração fica cheio de orgulho porque posso ver a sorriso grande no rosto dela, e entendo o trabalho e a luta que fez para chegar aonde está.  Sei que se todos vocês conhecessem a ela como é agora, estariam impressionados imediatamente pela atitude radiante que tem para a vida, e o valor e auto-confiança que tem para ser uma boa pessoa, apesar de tudo que lhe passou. 

 

Embora ao início senti auto-compaixão, agora me considero com sorte ter uma irmã como ela.  A maioria das pessoas briga com os irmãos e não se estimam deles.  Penso em quanto orgulho tenho da minha, e sei que ela é uma das pessoas mais corajosas e afetuosas que conheço, e que sina afortunada é que ela é minha irmã!  Enquanto a maioria das garotas da idade dela estão ocupadas com a maquilagem, o perfume, ou como vão poder sobreviver sem ter um determinado vestido ou traje, a minha irmã desfruta da vida e traz alegria a todos que conhece.  Ela tem resultado corajosa exatamente como a minha mãe, e será imbatível em qualquer meta que empreende, e lhe dou meu apoio não importa o que decida.

 

Isto me traz a outro tema que tenho que mencionar.  Alguns de vocês farão a pergunta por que não estou casado nem tenho tido até agora nenhuma noiva séria.  Bom, tenho expectativas altas de qualquer garota que conheça e que seja uma candidata, porque a verdade é que duas das mulheres que mais admiro são minha mãe e irmã, e será difícil para qualquer garota igualá-las.  Mas também sei que a metade da diversão é a caça dessa garota especial, que deve estar lá por alguma parte.

 

Com muito amor,

David 

 

II

 

ASSUNTO: MINHA NOVA NETA

 

David fez bem em nos apresentar à irmã dele, Danielle.  Anteriormente eu tinha oito netos e dois netas, e agora tenho sete netos e tres netas, e a mais recente delas é a maior.  Pode ser difícil explicar isso, mas depois de conhecer a Danielle, não é.

 

Passou mais de um ano desde que Evelyn me falou que o filho de 15 anos, Daniel, tinha lhe revelado que ele cria que na realidade era uma garota.  Quase imediatamente eu disse a Evelyn, “Sempre foi uma garota.”

 

Você está vendo, eu tenho muitas lembranças deste menino especial.  Lembro um menino de três anos que gostava de se sentar no braço da cadeira para escovar e pentear o cabelo longo e encaracolado da mamãe dele (e durante muitos anos mais continuava a penteá-lo).  Este menino gostava de brincar com bonecas e percebeu algum valor em uma boneca Barbie desmembrada, entre todos os brinquedos que eu guardava para os meninos que me visitavam.  No aniversário noveno, o desejo dele era uma boneca de cabelo longo e um cavalinho de crina longa, e a família cumpriu o desejo.  Várias vezes me pediu que lhe ajudasse a fazer roupas para essa boneca.  Ele escolheu algum pano da caixa de sobras, e juntos confeccionávamos roupas.  Ele sempre escolheu pano de cores brilhantes. 

 

No jardim de infância, quando estava se adaptando a uma nova escola, lhe perguntei que lhe parecia.  Ele disse, “É formosa!  As cores são tão bonitas!”  Não compreendi essa declaração até que tive a ocasião de visitar a escola, e vi que cada porta dela ao redor de um grande pátio estava pintada de um cor diferente—rosa, lilá, verde, azul, amarelo—assim que o lugar era muito colorido.  Ele sempre descrevia as texturas, tanto quanto as cores, quando era apropriado.

 

Daniel nunca participou em nenhum esporte salvo as aulas de acrobacia, pela qual parecia ter um talento natural.

 

Este netinho era extremamente amoroso.  Sempre me dava um grande abraço quando veio de visita, e outro mais ao se despedir, e geralmente me abraçou várias outras vezes durante a estadia.

 

Também era muito sensível aos sentimentos das outras pessoas.   Podia perceber quando alguém não sentia bem, estava aborrecido ou não ficava à vontade.

 

A uma idade na qual a maioria dos meninos escolhem os melhores amigos de entre os demais meninos, ele escolheu amiguinhas.  Quando tinha ocasião de levar dois ou três amigos num passeio no aniversário, sempre escolheu meninas, e esta tendência de ter meninas como amigos mais íntimos continuou até o colégio.

 

Daniel sempre estava perto da mãe dele de maneira que não se esperaria de um menino.  Pareciam se divertir juntos.  Quando estava o suficientemente grande para notar a roupa da mãe, ele lhe aconselhava sobre o que devia vestir, e mais tarde ela sempre levou ele consigo para escolher roupa nova para o guarda-roupa dela.  Há dois anos Evelyn e eu organizamos uma despedida de solteira para uma amiga.  O filho Daniel, então com 13 anos, lhe penteou o cabelo.  Usou um pequeno chinó de cabelos detrás da cabeça com uma fita e o teceu com o próprio cabelo dela.  O estilo era perfeito com o estampado florido e a renda do vestido.  Parecia tão bonita como se fosse um retrato e Daniel apreciava e elogiava profusamente a beleza dela.  

 

Na família era ele que se dedicava a arrumar a casa, e andava tras os irmãos para que guardassem as coisas.  Quando começou a pensar no trabalho que faria na vida, elegeu decoração de interiores.  Numa ocasião lhe dei uma assinatura para uma revista de decoração de interiores, e eu sabia que ele gostava de visitar às casas modelos para ver os móveis.

 

Aqueles de nós juntos a este menino especial reconhecemos que era diferente, mas não tínhamos nem uma idéia por que era assim.  Era muito animado ao falar, com movimentos invulgares das mãos e do corpo.  Ao olhar a maneira dele de andar, às vezes pensava, “por que não pode andar como um menino?  Tal vez não saiba que anda como uma menina?”  Ele sim sabia, porque os companheiros escolares casuavam dele pela maneira que andava, e sei agora que não havia maneira de mudá-la.  Agora vemos os mesmos movimentos e animação e maneira feminina de andar que encaixam perfeitamente com uma garota adolescente.

 

Foi pouco comum a idade em que Danielle fez esta mudança drástica, porque em geral se faz mais tarde na vida.  Não foi uma idéia repentina, porque Evelyn sabia meses antes de que Daniel fez a declaração que experimentava problemas emocionais.  Há as pessoas que perguntam se um adolescente de 16 anos for capaz de tomar uma decisão tão importante, mas você deve considerar o seguinte—em qual momento da vida você tomou a decisão de ser homem ou mulher?

 

Há muitos estudos que tentam explicar por que as meninas se compartam como meninas, e os meninos como meninos.  Segundo o que tenho lido, não é porque as demais pessoas esperam que as meninas agem como tais, mas simplesmente porque o comportamento está determinado geneticamente.  As meninas brincam com bonecas, gostam de cuidar dos demais, e dão grande importância às relações.  Os meninos brincam com carros, são competitivos e jogam futebol.  Para mais informação lê “Brain Sex” (O Sexo Cerebral) de Mohr e Jessel.

 

Posso entender que era difícil para David escutar as transsexuais nos programas de televisão.  Eu também ficava revoltada porque achei que aquelas eram de algum jeito desequilibradas, e ainda não entendo o desejo delas de ser celebridades.  Conheço uma mulher que se converteu em homem depois de ter dois filhos, e mais tarde se converteu novamente numa mulher.  Contou a história na televisão nacional.  Porém, ganhei tolerância para aquelas pessoas cuja orientação sexual não enquadra com os órgãos sexuais, devido ao meu contato com Danielle.  Ela não deseja que receba atenção por ser transexual.  Ela é uma garota e sempre foi, e não quer que as pessoas pensem de outra maneira.

 

O que penso que vale elogiar é que Evelyn procurou conselheria profissional para saber a melhor maneira para ajudar que Danielle fizesse a transição.  Isto conduziu a provas psicológicas, eletrólise e tratamentos hormonais, o que resultava incômodo e às vezes doloroso para ela.  O fato que os irmãos, primos, tias e tios de ambos lados da família apoiaram, com uma ou duas exceções, também é louvável.  Algumas pessoas que tinham medo com respeito a conhecer Danielle, vieram as dúvidas desaparecer ao conhecer esta garota bonita, viva e amistosa.  Embora eu também compreendia a situação e sabia que a trajetória era o correto para Danielle, tive um verdadeiro problema com os pronomes—ele, ela, o, seu—mas estou melhorando.  Estou tão contente ao vê-la florescer na escola e na sociedade, e a excitação dela pela vida é contagiosa.  Ela tem enfrentado corajosamente as dificuldades necessárias e reconhece que o caminho por diante não será fácil, mas está igual ao desafio.  A vida às vezes nos ensina, por métodos estranhos, a tolerância e compreensão pelas pessoas que têm problemas distintos dos nossos.  Que afortunados somos de poder aprender esta lição de Danielle.

 

 

III

 

Querida Família:

 

Olá, me chamo Danielle.  Pensei que era a hora de me apresentar à família já que sou uma adição recente a ela.  Esperei um longo tempo para decidir a me apresentar, e me alegra que finalmente tive um pouco de auto-confiança para fazé-lo.  Superei muitos obstáculos e desafios estes últimos anos, e atribuo minha felicidade atual à exploração da minha alma.

 

Minha mãe é (como muitos conhecem a ela) “Só” Evelyn, Evelyn quem amo, aprecio e agradeço por me dar a vida e felicidade.  É uma mulher muito corajosa, trabalhadora, e alguém que tem o coração mais grande, não sempre visto por todos, mas quando é, não tem fim.  Ao longo de tempos difíceis e bons, minha mãe tem criado a três filhos, e embora ela possa negar esta tarefa honrosa, os filhos dela sabem a verdade.

 

Nasci o 30 de dezembro de 1978.  Desde então vivi duas vidas que são completamente diferentes uma da outra.  No presente tenho 18 anos e sou muito feliz de ser eu mesma.  Este outono começo o último ano do colégio, o que espero com otimismo.  Moro em Flagstaff, uma cidadezinha perto do Grande Canhão.  Flagstaff é um lugar muito lindo rodeado por montanhas, e também tem muitas árvores.  Tenho ganhado muitos amigos desde que veio aqui.  Amizades muitas vezes são difíceis ganhar, e me alegro por elas, porque tem me ajudado a compreender tanto a mim quanto às outras pessoas.  Não posso dizer o feliz que me sinto, porque às vezes me dói e é difícil explicar, mas sei que é um bom sentimento, que tenho esperado experimentar por tanto tempo, e sei que não vai desaparecer.

 

Como já sabe a maioria da minha família, e para aqueles que não sabem, agora sou mulher embora nasci geneticamente um menino.  Quando tinha 15 anos eu disse à minha mãe que era infeliz sendo um menino e que desejava que pudesse ser uma garota, já que eu sempre tinha sentido como uma por dentro.  Isto surpreendeu muito minha mãe, porque ela achava que eu ia me tornar gay.  A maneira que via a situação era o seguinte.  Eu pensava de mim sendo uma mulher, e gostando de um homem, e ese homem gostando de mim por ser uma mulher, assim que eu não sentia gay.  Depois dessa conversa com a minha mãe, foi como se tivesse derrubado um muro que nos separava.  Essa noite nos tornamos como uma mãe e filha.  Minha mãe sabia que eu ia necessitá-la mais que nunca, e que ela também ia necessitar o meu apoio.  Juntas, minha mãe e eu poderíamos fazer tudo que queríamos, e não íamos voltar para atrás.       

 

Vesti de mulher o dia depois que disse a minha mãe que na realidade sentia ser mulher.  Minha mãe me ajudou a me vestir de mulher a primeira vez.  Ela não me disse na hora mas percebi que desfrutou de fazê-lo.  Acho que minha mãe nunca floresceu porque como jovem teve muitas restrições, e podia viver a meninice de novo por meio de mim quando eu floresci e me tornei uma garota feliz.  Quando as coisas se acalmaram depois da minha revelação, minha mãe empreendeu a encontrar toda a informação possível porque eu era ansiosa de começar minha nova vida.  Logo soubemos que minha transformação completa ia requerer algum tempo.  Primeiro ia ter que viver de tempo completo como mulher por un ano, e ter dois conselheiros que me aprovassem antes de poder me submeter à cirurgia de mudança de sexo.  Eu também ia ter que trocar de escolas para poder começar como garota porque na escola onde estava, todos me conheciam como um rapaz.  Eu começava uma nova vida.  Durante essas semanas depois que me revelei à minha mãe, estávamos criando uma nova pessoa.  Nascia uma garota.  O nome dela é Danielle.   

 

Na data 27 de junho de 1996 tive mi cirurgia de mudança de sexo en Neenah, Wisconsin.  Minha mãe foi muito útil e eu não podia tê-lo feito sem ela.  Clela Fuller, minha avó, chegou imediatamente depois da minha cirurgia e me agradou muito ter o apoio da minha família.  Estive no hospital por nove dias.  No sétimo dia, me levantei da cama.  A cirurgia resultou menos dolorosa do que pensava no início que ia ser.  Agora passou um ano depois da cirurgia, e acabo de ter implantes de busto, o que foi muito doloroso, mas outra vez minha mãe estava ali para fazer que tudo fosse o mais fácil possível para mim.  Já que fiz toda a cirurgia necessária, estou me divertindo em florescer como quem sempre devi ter sido.  Tenho namorados e simplesmente estou me divertindo muito.  Seria ótimo se vocês pudessem ver minha felicidade. 

 

Sempre amarei a todos.

 

Danielle

 

 

 

CONSELHOS AOS ADOLESCENTES

 

Se você é um jovem que duvide sua identidade de gênero, não está sozinho.  Há muitos mais como você do que a gente se dá conta.  Há outros adolescentes que sentem igual a você.  A sua melhor fonte de informação é a internet, e a organização local de gays e lésbicas.

 

Você pode ter sucesso e chegar a ser quem precisa ser.  Não é fácil nem barato.  É muito afortunado se tiver uma família que apoie.  Eu lhe sugiro que faça pelo menos uma tentativa de falar a verdade à sua família.  Eu podia ter começado a ajudar ao meu filho muito mais cedo, se ele me tivesse dito a verdade mais cedo.  Deixa um livro ou panfleto aí “por casualidade” que trate temas de gênero.  Fala sobre “um amigo” que quer ser o gênero oposto, ou dá um jeito para mencionar o assunto à sua mãe.  Se ela ficar amedrontada, então retira.  Diz a ela que você só brincava, ou que sentia estresse ou fundia a cuca.  Logo pode sugerir que tal vez você precise de conselheria, e vê o que acontece.

 

De qualquer jeito, tenta assegurar que não joguem você para fora da casa.  Continua na escola, vai precisar de um trabalho muito bom para pagar os custos de lidar com sua situação de gênero.  Pode fazer tudo sozinha, mas assim se precisa mais tempo, e possa ser preciso adiar até que possa se sustentar financeiramente.

 

Existe a família em que nasce, e a família que adquire com o tempo.  Se a família não pode aceitar a você, não arrasta eles trás de você durante muitos anos, é um grande peso na sua karma.  Cuida a você mesmo, procura amigos que aceitam, adota outras pessoas que precisam de família e tal vez algum dia sua familia se desperte.  

 

Você tem o direito de ser o gênero que sente dentro de você.  Você não está fazendo dano a ninguém, eles estão fazendo dano a si mesmos.  Você não está pecando e não está maluco.  Você não é um cidadão de segunda classe.  Você merece o melhor, e se ninguém te ajudar, então faz tudo sozinho.

 

Sua orientação sexual é completamente distinta da sua identidade de gênero.  As etiquetas nem sempre têm sentido.  Pode estar atraído aos homens o às mulheres ou as dois ou a nenhuns deles.  Ao decifrar quem é você, possivelmente mude a sua orientação sexual.  Tudo bem, não há nada de mal nisso.  Aceita às outras pessoas por quem sejam, independendo de gênero.

 

Sua transição é sua viagem à velocidade que elege.  Existem etapas de tempos mínimos prescritos pelas normas Harry Benjamin.  Se você esperar dois anos antes de começar os hormônios, o se ficar numa etapa andrógina durante meses, tudo bem.  Esta é sua viagem e não existem mapas.

 

Continua vivendo.  Não adia sua vida até que possa ter a cirurgia.  Desfruta do humor na vida.  Desfruta de cada dia como mais outro de se tornar você mesmo. 

 

 

CONSELHOS AOS PAIS

 

Depois de procurar a maneira perfeita de criar a uma transexual, compreendi que cada transexual tem problemas únicos com as soluções respectivas diferentes.  Os seguintes são minhas opiniões pessoais só, e devem ser acrescentado à outra informação disponível e ao sentido comum dos pais.  Exige bom cuidado!  Não considera que seja mendigo, vítima, nem cidadão de segunda classe.  Permite que o adolescente elija o próprio passo.  Considera opções diferentes, mas permite que o adolescente tome as decisões sobre a vida quando for possível.  Mantem um sentido de humor e dá muitos abraços.

 

 

 

ESCOLA PREPARATÓRIA (COLÉGIO)

 

Funcionou muito bem  para nós mudar a uma nova vizinhança e uma nova escola durante o verão embora conheço várias transexuais que sobreviveram a transição sem trocar de escolas.

 

Pergunta às autoridades escolares se existem escolas alternativas, aulas no lar ou programas alternativos de educação física na sua vizinhança.

 

Pergunta às autoridades escolares se existe um grupo de estudantes Gay/Lésbica/Bissexual/Transgênero numa das escolas.  É provável que uma escola com tal grupo aceite mais a diversidade.

 

Permite que seu adolescente decida qual banheiro lhe acomoda mais, e logo anima que ele/ela utilize.  Se deixar que a administração escolar decida, poderiam eleger de maneira que não seja aceitável para você nem para seu adolescente.

 

A menos que seu adolescente esteja pronto e o suficientemente forte para ser ativista, é muito melhor que o mínimo de pessoas na escola saibam da situação.

 

 

CONSELHERIA

 

Perguntas a fazer a um con­selheiro candidato:

 

Que formação educativa tem o Sr./a Sra?

 

O Sr./a Sra. está licenciado, e que entitdade governamental concedeu?

 

Quantos clientes transexuais tem o Sr./a Sra.?  (Não importa tê-los visto na televisão!).  Se não tem lidado com nenhum, ou com um só, daí sabe que não é perito.  Assim que estará aprendendo de você(s), tal vez pode arrumar um preço mais baixo por hora (não conta com isso).

 

O Sr./a Sra. entende a diferença entre o sexo e o gênero, e entre os travestis/crossdressers e os transexuais?

 

Como diferem as situações de um adolescente transexual e um adulto transexual?  (Algumas diferenças são que um adolescente tem que enfrentar problemas com as escolas, os pais, os namorados, a orientação sexual, a pressão dos companheiros, e a auto-estima, enquanto os adultos enfrentam problemas de emprego, família, matrimônio, filhos, finanças, e aprender comportamento feminino.

 

O Sr./a Sra. tem uma cópia atualizada das normas de cuidado Harry Benjamin?  Segue as normas, e se é assim, como estritamente?

 

O Sr./a Sra. requer que se façam provas psicológicas?  Quais provas?  Quanto custam?  Quem administra as provas?  Quem recebe os resultados—o cliente ou os pais?

 

Qual o número mínimo de consultas antes de que o Sr./a Sra. dê autorização escrita para a cirurgia?

 

O Sr./a Sra. conhece os efeitos colaterais dos hormônios?  (Assegura que o conselheiro mencione ou saiba os efeitos colaterais emocionais).

 

O que é a opinião do Sr./da Sra. sobre receitar o Prozac, e por que?

 

Um conselheiro experimentado deve:

 

--Conhecer pelo menos um endocrinólogo.

 

--Conhecer a uma pessoa que faz eletrólise às transexuais.

 

--Conhecer os grupos de apoio locais.

 

--Poder lhe dar os títulos de livros relevantes sobre o tema de transexualismo.

 

--Saber os requisitos y fórmulas para mudar a carteira de motorista, a previdência federal, e outra identificação.

 

--Ter contatos no distrito escolar local.

 

 

 

ENDOCRINÓLOGO

 

Perguntas para fazer:

 

Quantos transexuais o Sr./a Sra. já tratou?

 

Quanto cobra o Sr./a Sra. por um exame físico para um novo cliente?

 

O Sr./a Sra. dá desconto para pagamento à vista?

 

É compreensivo o pessoal do consultório nestas situações?

 

Se requisitam quais provas de laboratório, e a quais intervalos?

 

Quem faz o trabalho de laboratório, e tem o Sr./a Sra. um interesse financeiro no laboratório?

 

Qual o regime de tratamento usual para as transexuais?

O Sr./a Sra. recomenda anti-andrógenos?

Quais são os efeitos colaterais dos hormônios, emocional e fisicamente?

 

O Sr./a Sra. lidará com nós se quisermos intentar coisas diferentes, tais como injeções em vez de hormônios orais, ou sintéticias em vez de hormônios de origem animal?

 

O que acontece se a paciente suspender os hormônios?

 

Quais hormônios receita o Sr./a Sra. depois da cirurgia SRS? 

 

 

 

ELETRÓLISE

 

A ELETRÓLISE É UMA ARTE, NÃO UMA CIÊNCIA.  As habilidades do praticante são mais importantes do que o método ou o tipo de aparato que se usa.

 

É preciso que os eletrólogos tenham uma licença governamental em alguns estados, mas não em todos.

 

O custo da eletrólise varia entre $25 e $100 por hora.  Alguns praticantes oferecem descontos por horas múltiples pagadas de antemão.  As escolas de eletrólise podem ser uma opção mais barata.

 

Deve-se poder ver resultados permanentes depois de 20 a 25 horas de tratamento numa área.

 

Uma barba cerrada pode necessitar até 300 horas de tratamento, ou mais.

 

Qualquer marca do tratamento de eletrólise semanal deve desaparecer depois de dois ou três dias.

 

Pergunta ás outras transexuais por referências e olha o pele delas para ver se têm cicatrizes ou bexigas, especialmente sobre o lábio superior.

 

A barbeação é o método preferível entre sessões de eletrólise.

 

Todos os eletrólogos devem usar uma agulha nova descartável durante cada sessão.

 

O praticante deve ter e usar um esterilizador para as pinças depois de cada cliente.  Às vezes usam fotos antes/depois, mas tirar fotos completamente desnudas não é uma prática aceitável.

 

A depilação à laser tem resultados mistos:  funciona melhor em alguns tipos de pêlo, e em algumas pessoas.  Conheço a pessoas que tinham que voltar à eletrólise depois de tratamento com laser para terminar a depilação.  Nenhuma transexual que conheço teve depilação permanente e completa com tratamento à laser.

 

Muitas vezes me perguntam sobre aparatos caseiros de eletrólise, mas não tive experiência pessoal com eles.  Vi fotos e li as instruções, e vi as cicatrizes que resultaram de uma infecção de uma cliente que tinha usado um aparato desses.  É muito difícil usar este equipamento por si mesmo.  É muito lento comparado com o que pode fazer um electrólogo, e as agulhas que se usam repetidamente são menos seguras do que as agulhas descartáveis que usam os electrólogos hoje em dia.  Estes aparatos caseiros podem ser úteis se só houver um pouco de pêlo que se precisa tirar. 

 

 

 

CIRURGIÕES

 

Perguntas para fazer ao cirurgião que esteja considerando:

 

O Sr./a Sra. executa a SRS em adolescentes, e quantos já tratou?

 

O Sr./a Sra. exige consentimentos dos dois pais para a cirurgia em adolescentes?

 

Quanto custa a cirurgia e que está incluído?  (Pode ser que seja disponível esta informação num panfleto.  E o custo de transporte será acrescentado ao custo da cirurgia).

 

O Sr./a Sra. exige que se faça eletrólise na região genital?  Caso exija, por que?  Quais as complicações que o Sr./a Sra. viu quando não se fez eletrólise na região genital?  Qual porcentagem dos pacientes do Sr./da Sra. teve complicações por ter pêlo num lugar errado depois da cirurgia?

 

Qual porcentagem dos pacientes do Sr./da Sra. precisou inxertos de pele?

 

Permanecem cicatrizes visíveis depois da cirurgia, e onde?  O Sr./a Sra. tem fotos de pessoas com cicatrizes depois da cirurgia?

 

O Sr./a Sra. faz a cirurgia num passo só, ou é preciso uma segunda cirurgia (labioplastia)?

 

Existe alojamento especialmente para pacientes pós-operativas, ou vão a um hotel/motel por uns dias?

 

Qual o programa de dilatação depois da cirurgia?  Que tipo de molde recomenda o Sr./a Sra.?

 

O Sr./a Sra. tem uma lista de espera? 

 

* . * . * . * . *

 

 

O escrever me ajuda a enfrentar e lidar com situações difíceis.  Escrevi a peça seguinte à meia-noite quando não podia dormir, devido à minha raiva para, e frustração com a indústria médica e de conselheria.

 

OS URUBUS

 

Como era a sina dela, uma menina nasceu no corpo de um menino e não soube ninguém até que o rapaz chegou a ter 15 anos, quando ele se revelou a uma mãe amorosa que logo viu a angústia e dilema do filho.  Ela já tinha visto o lado feminino dele, e os pensamentos nos olhos.  Ela foi a pedir guia dos conselheiros do mundo e só encontrou urubus.  Embora nenhum deles tinham tratado este problema na flor da juventude, todos estavam prontos para cobrar caro pelo acompanhamento.  Havia regras escritas pelos deuses invisíveis no céu, relativas a estes assuntos.  Primeiro é preciso consultar um dos peritos acima mencionados até que aquele julgue que a criatura seja capaz de saber o que sente por dentro, e só então lhe permite usar a poção mágica que começa as mudanças físicas de menino a menina.        

 

Os administradores da poção mágica também têm regras e picam muito, e tiram muito sangue.  A criatura tem que convencer pelo menos dois dos peritos acima mencionados que não está maluca, mas que simplesmente nasceu com as partes do corpo erradas.  A criatura tem que continuar a consultar com os urubus sem experiência pelo menos um meio ano, e tem que viver como uma garota, arriscando seu coração e alma, por pelo menos um ano antes de que se possa avançar para a cirurgia.  Mostrando sabedoria, a criatura pergunta por que não é preciso conselheria antes de ter filhos, ou antes de se casar, já que a criatura pode ver que muita gente não se dá conta dos problemas envoltos nessas decisões.  Por que têm que lhe fazer tantas perguntas quando ele sabe muito bem o que ela sente por dentro?  Por que têm que questionar a inteligência dela quando todo o mundo pode ver claramente que este rapaz já se tornou uma garota bonita e só precisa de ajuda para se quitar das partes de sobra, que são para ela como um tumor. 

 

Por que não podem ver que dentro deste ser há tanta guerra, que a batalha se perde muitas vezes à bebida, às drogas ou à auto-destruição?  Os urubus esperam aos cadáveres.  Esfolaram quantos, assim que não fica nem dinheiro nem força para continuar a viagem para os cirurgiões que esculpem as partes novas?  Ao longo do caminho se encontram as pessoas que sabem o que pensa Deus e julgam a criatura como pecador.  Existem outros que não podem ver a bondade da criatura e se afastam dela como se fosse portador de uma doença ou pudesse daná-los de alguma maneira.  A mãe só pode abraçar à criatura e fazer o melhor possível para ela, pagando os preços exigidos, mas não recebe nenhuns conselhos sobre ajudar que a criatura se faça feliz e íntegra.  Ela intenta proteger a criatura das maldades dos conselheiros que questionam a inteligência e a saúde mental da criatura, enquanto fazem desvanecer o pouco de auto-estima que a mãe conseguiu fomentar na criatura por seu amor e ánimo.  Os urubus não prestam atenção ao amor e à compreensão da mãe para a criatura; ninguém lhe pergunta a opinião dela sobre o futuro da criatura, só pedem dinheiro.  Nos tempos antigos, tais criaturas eram consideradas como as dotadas espiritualmente, porque entenderam tanto os homens quanto as mulheres.  Quando e como se tornou um indício de loucura? 

 

Depois de atravessar o longo e estreito vale cheio de urubus, a criatura pode apresentar o corpo bonito e novo à faca do cirurgião que corta as partes indesejadas, mas ao fazer isto deixa visíveis cicatrizes feas em outras áreas.  Os cirurgiões experimentam muito nos corpos das vítimas agradecidas, tentando aperfeiçoar o arte cirúrgica para vir a ser o melhor do mundo, mas entretanto cometendo muitos erros.  Corta o coração da mãe quando vê o que foi feito, mas a criatura está tão agradecida de ter o corpo correto que lhe permite ser como uma garota por dentro e por fora, assim que as cicatrizes parecem um preço menor.  Logo a mãe abraça a criatura, que agora é entera e feliz e pronta para seguir com a vida, mas a sombra dos urubus permanece no coração da mãe.

 

 

 

GLOSSÁRIO

 

CROSSDRESSER

Pessoa que desfruta de se vestir temporariamente da roupa identificada com o gênero oposto.

 

IDENTIDADE DE GÊNERO:

O sentido interno de uma pessoa de pertencer ao gênero masculino ou feminino.

 

DISFÓRIA DE GÊNERO:

Termo psicológico que descreve os sentimentos de dor, angústia y ansiedade quando a identidade de gêne­ro y o sexo físico não concordem.

 

INTERSEXUAIS:

Aqueles nascidos com genitais ambíguos.

 

HERMAFRODITAS:

Pessoas que nascem com tecido tanto de ovários quanto de testículos.

 

CIRURGIA DE REDESIGNAÇÃO DE SEXO (SRS) DE HOMEM A MULHER:

O cirurgião voltea o pênis de dentro para fora para construir uma vagina, elimina os testículos y recoloca a uretra. Depois, se usa um dilatador rígido (molde) várias vezes ao dia durante meses para manter aberta a nova vagina. Custo aproximado: $13.000 ou mais nos E.U.A. e $7.000 no Canadá.

 

CIRURGIA DE REDESIGNAÇÃO DE SEXO (SRS) MULHER A HOMEM:

Em geral inclui várias cirurgias como mas­tectomia, histerectomia completa, fechamento da vagina e construção de um neo-pênis e escroto. Custo: de $25.000 a $100.000.

 

TRANSGÉNERO:

Pessoas que questionam sua identidade de género, a qual di­fere do seu sexo físico. O grupo pode incluir travestis, transexu­ais, intersexuais y outros como termo genérico.

 

TRANSEXUAL:

Uma pessoa cujos genitais ao nascer diferem da identidade interna de gênero.

 

ESCOLA PREPARATÓRIA (COLÉGIO):

Existem uma grande variedade de termos que referem a escolas y escalões educativos. Aqui se usa “colégio” porque é mais comum em português. O termo equivalente no inglês no sistema educativo norte-americano é “high school,” uma escola que educa aos estudantes pré-universitários entre as idades de 14 e 18, mais ou menos. 

 

 

 

LEITURAS RECOMENDADAS:

 

Brown, Mildred y Rounsley, Chloe Ann:  True Selves: Understanding Transsexualism for Family, Friends, Coworkers and Helping Professionals (Seres Verdadeiros: Compreendendo O Transsexualismo para Familiares, Amigos, Companheiros de Trabalho y Assistentes Profissionais). San Francisco: Jossey-Bass, 1996.

 

Stringer, Joan Altman:  The transsexual's survival guide II:  To Transition and Beyond for family, friends and Em­ployers (A Guia de Sobrevivência do Transsexual II: À Transição e Mais Além  para Família, Amigos y Patrões). 1996.

 

Moir, Anne, y Jessel, David:  Brain Sex, The Real Diffe­rence Between Men and Women (O Sexo do Cérebro, A Verdadeira Diferença entre Homem e Mulher). Dell Pub/Bantam Doubleday, 1992.

 

Feinberg, Leslie: Transgendered Warriors: Making His­tory from Joan of Arc to RuPaul (Guerreiros Transgénero: Fazendo A História desde Joana de Arco a RuPaul). Boston, Beacon Press, 1996.

 

Israel, Bianna and Tarver, D.: Transgender Care: Recommended Guidelines, Practical Information, and Personal Accounts (Cuidado Transgénero: Normas Recomendadas, Informação Prática y Relatos Pessoais). Philadelphia, Temple University Press, 1997.

 

 

 

 

ORGANIZACÕES TRANSGÉNERO NACIONAIS E RECURSOS

 

The American Educational Gender Information Service (AEGIS) (O Serviço Americano Educativo de Informação Sobre Gênero): é uma fonte excelente de informação, livros y re­ferências.

AEGIS, P.O. Box 30333

Decatur, GA 30333 EUA  

(760) 939-0244,

Email: AEGIS@ gender.org

Site: www.gender.org

 

The International Federation for Gender Education (IFGE) (A Federação Internacional para a Educação sobre o Gênero): outra fonte de informação e livros de consulta.

P.O. Box 540229

Waltham, MA 02454-0229 EUA 

(617) 899-2212,

Email: info@ifge.org

Site: www.ifge.org

 

The International Conference on Transgender Law and Employment Policy (ICTLEP) (A Conferência Internacional sobre a Lei Transgênero e a Política de Emprego):

ICTLEP

P.O. Box 1010

Cooperstown, NY 13326 EUA 

(607) 547-4118

Email: ICTLEPHDQ@aol.com

Site: www.tglegal.com

 

Pais, Familiares e Amigos de Lésbicas e Gays (PFLAG):

PFLAG

1101 14th St., NW.

Washington, DC 20005 EUA

(202) 467-8181

Email: info@pflag.org

Site: www.pflag.org

 

Grupo de apoio para os transgênero:

CANTO NEUTRAL

(Neutral Corner)

P.O. Box 19008

San Diego, CA 92159 EUA  

Voice Mail: (619) 685-3696

 

 

    


 

 

 

 


 

 

 [SJ V of 2-09-05]